Sapatos e Personalidade
Muita gente diz que "conhece as pessoas pelos sapatos que usam". Não sei se é assim tão simples, mas alguma coisa se pode descobrir. Os mergulhadores associam esse objeto à morte: em um naufrágio, os sapatos ficam intactos e se pode imaginar de quem era (homem, mulher, idoso, criança). Acredito que dai vem a crença de que sonhar com sapatos é morte. Uma pessoa humilde se arruma toda para uma entrevista de emprego, para uma festa. Às vezes até consegue uma boa produção final, mas os sapatos denunciam que andou muito para chegar ali. Se o par estiver pedindo feijão, denuncia muito mais. E quando a pessoa tem dinheiro e descuida dos sapatos? Conheço um cara que é assim. Ele deve ter apenas 3 pares: um tênis novo, comprado na liquidação de janeiro, sua salvação; um tênis velho que já solta a sola; um sapato social, preto, que oculta a idade, mas como está pedindo feijão, revela que faz tempo que foi comprado. Que análise se faz dessa situação? Primeiro: não tem namorada. Uma garota já teria dado um jeito nisso, comprado sapatos novos, com o cartão de crédito dele, claro, e jogado fora essas relíquias. Se fosse casado, os pares velhos já estariam no lixo, sem que ele percebesse. Não deve ter amigos próximos e sinceros, ninguém deu indireta de que já tá na hora de trocar de par. Talvez porque ele reagiria mal, achando que ter sapatos novos é esbanjar dinheiro, e o bom é ser pão-duro, por isso se pode ver também o grau de casquinhagem. Claro que isso deve ser acompanhado de outros dados, mas indica que a pessoa prefere prejudicar a sua imagem a gastar com sapatos. Outra hipótese é a de que a pessoa seja distraída e não perceba que já está na hora de comprar sapatos novos. Nesse caso, vai uma dica: se quando chover, molhar a meia ou os pés, é hora de ir à sapataria mais próxima! Às vezes me acontece de usar sempre o mesmo par de sapatos, mesmo que não combine muito com a roupa. Isso significa que eu gosto MUITO desse par, que nesse dia PRECISO dele (em geral porque vou caminhar e o calçado é confortável), ou porque estou em viagem e as opções são poucas. Claro que o leitor está livre para tirar suas próprias conclusões.
Verena Freire
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