O sentido da vida
Perguntas demais, respostas de menos. Uma luz no fim da escuridão?
O sentido da vida é nascer, crescer, envelhecer e morrer, deixando sob a terra este antigo corpo constituído da solitária e silenciosa matéria de que foram feitas as estrelas e seus filhos, e os filhos de seus filhos, ou não?
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
O sentido da vida é descobrir alegre ou amargamente a consciência das coisas, da alegria e da dor, da tristeza e do tédio, e então alegrar-se ou entristecer-se, corada ou pálida personagem de uma peça absurda, uma tragédia, comédia, ópera bufa, ou não?
Sim, o sentido da vida é este – ou não.
Será o sentido da vida amar e odiar seu irmão, em silêncio ou aos gritos, perdoar, ser perdoado, caminhar com firmeza ou vacilante sobre o abismo, cair e erguer-se, ou não?
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
Será porventura o sentido da vida caminhar juntos sobre a mesma velha e generosa e solitária terra, dividir angústia e dor, enredar-se no cipoal das palavras, dizer sim, ser entendido não, dizer não ser entendido sim, ou não?
Sim, o sentido da vida é este. Ou não.
Será o sentido da vida buscar luz nas sombras ou sombras na luz, consumir dias e noites a trilhar o áspero caminho imperfeito, buscar o caminho reto, a verdade, e descobrir então o caminho torto, a estrada estreita e, no fim da estrada, apenas neblina, mistério, horror, escuridão?
Sim, o sentido da vida é bem este, ou não.
Será, meu Deus, o sentido da vida acreditar em Deus ou alguma coisa superior à capacidade de entender, cair de joelhos e em prantos pedir caridade ou outro vago sentimento qualquer, e nada ouvir em resposta, ou sim, ouvir uma voz silenciosa, inexistente e fria e, então, chorar, dormir, sonhar, tudo em vão?
Sim, o sentido da vida é bem este – ou não.
Será o sentido da vida crer na dourada utopia, descobrir então a insustentável fragilidade dos seres, o poder, a miséria, o horror da humana e frágil condição?
Sim, é bem este, ou não, o sentido da vida. Ou não?
Estará o sentido da vida em sonhar o sonho impossível, alcançar a estrela inatingível, vencer o inimigo imbatível, tocar a realidade intangível, e encontrar nada mais que pesadelo, o nada, a queda, a fantasia, miragens, ou não?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Será o sentido da vida entregar-se apaixonadamente às idéias de grande extensão, consumir-se como o fogo e ver apagar-se a chama, a pedra virar pó, a brasa virar carvão? Será, criaturas, o sentido da vida consumir o sangue das veias, esgotar a serenidade, despentear os cabelos, perseguir a ilusão?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Porque se existe sol também existe a lua, e a noite pode ser tão clara às vezes quanto o mais claro dos dias, ou não; mas há perguntas demais e respostas de menos sempre haverá a busca, a esperança, a viva luz no fim da escuridão.
Porque é isto – buscar – o sentido da vida. Ou não.
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
O sentido da vida é descobrir alegre ou amargamente a consciência das coisas, da alegria e da dor, da tristeza e do tédio, e então alegrar-se ou entristecer-se, corada ou pálida personagem de uma peça absurda, uma tragédia, comédia, ópera bufa, ou não?
Sim, o sentido da vida é este – ou não.
Será o sentido da vida amar e odiar seu irmão, em silêncio ou aos gritos, perdoar, ser perdoado, caminhar com firmeza ou vacilante sobre o abismo, cair e erguer-se, ou não?
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
Será porventura o sentido da vida caminhar juntos sobre a mesma velha e generosa e solitária terra, dividir angústia e dor, enredar-se no cipoal das palavras, dizer sim, ser entendido não, dizer não ser entendido sim, ou não?
Sim, o sentido da vida é este. Ou não.
Será o sentido da vida buscar luz nas sombras ou sombras na luz, consumir dias e noites a trilhar o áspero caminho imperfeito, buscar o caminho reto, a verdade, e descobrir então o caminho torto, a estrada estreita e, no fim da estrada, apenas neblina, mistério, horror, escuridão?
Sim, o sentido da vida é bem este, ou não.
Será, meu Deus, o sentido da vida acreditar em Deus ou alguma coisa superior à capacidade de entender, cair de joelhos e em prantos pedir caridade ou outro vago sentimento qualquer, e nada ouvir em resposta, ou sim, ouvir uma voz silenciosa, inexistente e fria e, então, chorar, dormir, sonhar, tudo em vão?
Sim, o sentido da vida é bem este – ou não.
Será o sentido da vida crer na dourada utopia, descobrir então a insustentável fragilidade dos seres, o poder, a miséria, o horror da humana e frágil condição?
Sim, é bem este, ou não, o sentido da vida. Ou não?
Estará o sentido da vida em sonhar o sonho impossível, alcançar a estrela inatingível, vencer o inimigo imbatível, tocar a realidade intangível, e encontrar nada mais que pesadelo, o nada, a queda, a fantasia, miragens, ou não?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Será o sentido da vida entregar-se apaixonadamente às idéias de grande extensão, consumir-se como o fogo e ver apagar-se a chama, a pedra virar pó, a brasa virar carvão? Será, criaturas, o sentido da vida consumir o sangue das veias, esgotar a serenidade, despentear os cabelos, perseguir a ilusão?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Porque se existe sol também existe a lua, e a noite pode ser tão clara às vezes quanto o mais claro dos dias, ou não; mas há perguntas demais e respostas de menos sempre haverá a busca, a esperança, a viva luz no fim da escuridão.
Porque é isto – buscar – o sentido da vida. Ou não.
Luiz Fernando Emediato, O Estado de S. Paulo.
2 comentários:
10 de setembro de 2008 às 23:30
textooo foda!!
muitoo bom patyy!
16 de setembro de 2008 às 23:49
krrraaaccaaaaaaa
o post das placas eh mttoooo fodaaaa!!!!!!
mto pala msmo moçada!!!
hauhahaha
:D
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